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Desenvolvida pela Universidade de Stanford, nova versão de bateria usa alumínio em vez de lítio para apresentar ciclo de vida maior e segurança.
Os pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram uma nova bateria que pode ser recarregada em cerca de um minuto e é mais segura do que as células de íon lítio usadas em tudo, desde smartwatches até aviões.
A novidade pode significar um dia uma recarga super rápida para smartphones e outros gadgets.
A bateria usa células de ion alumínio, que são muito mais baratas do que as de lítio. Elas também possuem alto desempenho e não tem perigo de pegar fogo ou explodir quando danificadas, como acontece com as bateria de lítio.
“Nossa nova bateria não vai pegar fogo, mesmo que você fure ela”, afirmou Dai Hongjie, professor de química em Stanford. Seu trabalho é detalhado na edição de 6 de abril da revista acadêmica Nature.
Pesquisas com baterias de alumínio não são algo novo, mas uma fixação em um produto comercial que sempre buscou materiais apropriados para o anodo e o cátodo que mantém seu desempenho após ciclos repetidos de carga e recarga.
“Descobrimos sem querer que uma solução simples é usar grafite”, afirmou Dai.
O resultado é uma bateria que pode sobreviver a 7.500 ciclos de carga sem perder desempenho. Isso é bem mais do que os cerca de 100 ciclos que outras baterias de alumínio podem aguentar atualmente – e também mais do que os 1 mil ciclos padrão das baterias atuais de lítio, aponta a universidade.
O protótipo desenvolvido pela equipe de Dai combina um anodo de alumínio com um cátodo de grafite em uma bolsa de um eletrólito líquido iônico, o que significa que a bateria também é flexível. Esse é um recurso atrativo para empresas de eletrônicos, que querem colocar baterias em seus produtos minúsculos, e até mesmo em fabricantes de automóveis, que querem colocar baterias em camadas em torno das curvas dentro do “corpo” dos carros.
Então qual é a pegadinha?
O protótipo atual produz cerca de 2 volts, que é menos do que os 3,6 volts de uma bateria de lítio convencional, e sua densidade de energia – a quantidade de energia elétrica armazenada em uma determinada unidade de massa – também é menor. A bateria de alumínio de Stanford possui uma densidade de energia de 40 watts por kg, em comparação com algo entre 100 e 260 watts por kg dos modelos de lítio.
Mas a equipe de Stanford está otimista que esses problemas podem ser resolvidos.
“Melhorar o material do cátodo pode eventualmente aumentar a voltagem e a densidade de energia”, afirma Dai. “Por outro lado, nossa bateria tem todo o resto que você sonha que uma bateria deve ter: eletrodos baratos, boa segurança, recarga de alta velocidade, flexibilidade, e ciclo de vida longo. Vejo ela como uma nova bateria em seus primeiros dias. É bastante animador.”