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O Google quer mudar a forma como a publicidade é feita na TV

fonte: http://gizmodo.uol.com.br/o-google-quer-mudar-a-forma-como-a-publicidade-e-feita-na-tv/

googlefiberO Google Fiber está prestes a mudar a maneira como a publicidade na TV é mostrada aos assinantes do serviço em Kansas City. E a mudança tem o potencial para mudar completamente a indústria televisiva em um futuro bem próximo.

Nas próximas semanas, o Google lançará um pequeno, mas revolucionário, programa de publicidade de TV baseado em informações do usuário, como informa o Adweek. O programa fará uso do Google Fiber, o serviço de TV e internet de alta velocidade disponível em Kansas City, Provo e Austin, que chegará a outros locais em breve. E qual é a história? O Google está prestes a tornar a publicidade na televisão muito parecida com a publicidade na internet — para melhor e para pior. As propagandas serão muito mais relevantes aos consumidores, mas estes mesmo consumidores precisarão sacrificar uma parcela da privacidade para isso.

Este novo programa do Google vai fornecer propagandas aos assinantes do Google Fiber que serão automaticamente selecionadas com base em alguns aspectos: localização geográfica, tipo de programação assistida no momento, e o histórico de programas assistidos pela família. Este novo serviço de publicidade também medirá quantas pessoas assistem a uma determinada propaganda, deixando a indústria da TV muito mais próxima da forma com que a internet lida com publicidade em termos de métricas.

“Se você tem um comércio local em Kansas City, assim como anúncios digitais, você pagará apenas por anúncios que são realmente mostrados, e pode limitar o número de vezes que um anúncio é exposto em cada televisor”, diz o anúncio do Google.

Tradicionalmente, publicidade na TV tem sido bem rentável para as redes de televisão, parcialmente porque, quando alguém compra um anúncio, é certeza que ele será visto por milhares de pessoas, mesmo que elas não se importem com este produto ou serviço em exposição. O Google quer mudar a forma como esta publicidade é feita — de um tiro de espingarda, que pode não atingir o alvo, para um tiro de sniper, que provavelmente se cravará num alvo específico. O que é bom para anunciantes, mas não muito para as redes que vendem o tempo para estes anúncios.

E por mais inevitável que esta mudança seja, as redes de TV não vão ficar muito contentes. Este novo programa do Google vai, sem dúvida, diminuir o custo dos anúncios. De novo, ótima notícia para os anunciantes, péssima para quem vende estes anúncios.

Até mesmo com empresas de pesquisa de consumidores como a Nielsen — ou o Ibope, que mede a audiência de determinada programação no Brasil — nunca houve uma forma mais perfeita para uma marca saber como o público lida com seus anúncios. Conforme mencionado na Adweek, poucos americanos têm um box da Nielsen — como poucos brasileiros têm o medidor do Ibope — e esta é a maneira que a companhia mede diretamente como o consumidor assiste a programação da TV. Todo mundo com o Google Fiber tem um box do Google Fiber.

Com a implementação de rastreio de informações e entrega personalizada de anúncios, a TV poderá passar pelo mesmo susto que a mídia impressa sofreu há alguns anos. Existirão, é claro, preocupações sobre privacidade ao deixar o Google bisbilhotar no que você assiste, mas estas preocupações parecem pequenas em um mundo onde o Facebook faz a mesma coisa há tempos. Se entregar ao ecossistema do Google é sacrificar apenas um pedaço de privacidade aos olhos dos robôs da companhia. Se consumidores já confiam nela com emails e históricos da internet, é difícil encontrar motivos pelos quais eles não confiariam nela xeretando no que eles assistem na TV.

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